lunes, 21 de febrero de 2011

Madrid

"

Por tua tez morena, ah Madrid, me remeto!
Aos campos engrandecidos de outros prados
Ao som da castanhola te prometo
Dançar à luz da noite em teus braços!

Ah Madrid, aos teus lábios me converto!
Delicadamente com meu vestido harmonioso,
Que pareço por vezes ser a criança e o brinquedo.
E numa bela canção, cantas pra mim orgulhoso!

Pelas terras, Madrid - tão sensuais d’ Espanha
Paira o meu olhar por ti apaixonado...
Que rogo aos deuses catalãs!

Ter teu corpo colado à minha alma, e estranha
Sinto-me que já me guias do passado
Quem sabe nasci um dia naquele clã!"

domingo, 20 de febrero de 2011

Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação
para estação,no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças,sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como,afinal, as paisagens são.Se imagino, vejo. Que mais faço eu se viajo? Só a fraqueza extrema da imaginação justifica que se tenha que deslocar para sentir."Qualquer estrada, esta mesma estrada de Entepfuhl, te levará até ao fim do mundo". Mas o fim do mundo, desde que o mundo se consumou dando-lhe a volta, é o mesmo Entepfuhl de onde se partiu. Na realidade, o fim do mundo, como o principio, é o nosso conceito do mundo.
É em nós que as paisagens tem paisagem. Por isso, se as imagino, as crio;
se as crio, são; se são, vejo-as como ás outras. Para que viajar? Em Madrid,
em Berlim, na Pérsia, na China, nos Pólos ambos, onde estaria eu senão em
mim mesmo, e no tipo e gênero das minhas sensações?
A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não
é o que vemos, senão o que somos.
(Fernando Pessoa)
Viajar para cambiar...


Viajar, viajar, viajar.
¡Qué lejos estás,
urbana monotonía!
Un día, otro día y otro día:
dormir , trabajar, comer.
Hábitos imperturbables...
Hoy os rompo
en esta mañana que nace
donde todo es nuevo,
en este rocoso paisaje
donde respiro un sueño.
Viajar, viajar, viajar.
Hasta el cielo posee
un azul intenso de turquesa
y el aire quema y se pierden
los rescoldos de la tristeza.
Cada segundo es novedad.
Cada centímetro inexplorado.
Llenos los ojos de horizonte
del viajero enamorado.
Extrañas lenguas,
músicas inciertas
y las mismas risas
quizás más inocentes.
Viajar, viajar, viajar.
¡Qué lejos estás!